10/12/2018

09:24

Raça nativa de suíno ganha destaque na gastronomia paranaense

Um modo de criação, alimentação e suplementação diferenciados tem trazido uma raça de porco nativa do Sul do Brasil para os holofotes. De acordo com Marson Bruck Warpechowski, professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e responsável pelo projeto Porco Moura, além de ser uma raça rustica, não selecionada para o sistema intensivo industrial, esse “modo de criação diferenciado”, prezando pela responsabilidade com os animais, traz ainda mais sabor e qualidade ao produto final.

Segundo o professor, o modo de criação praticado é o extensivo (solto em pastagem e floresta nativa) ou semiextensivo, em piquetes com pastagem e alimentado com forragens e restos de culturas (frutas, verduras, pinhão, mandioca, batatas e outros tubérculos), além do suplemento concentrado a base de grãos e minerais.

“Isso dá à carne um sabor característico e marmoreio (gordura entremeada nas fibras) que vem sendo bastante valorizado. A excelência da carne é comparada a raças ibéricas como o Alentejano e o Pata Negra, pois são todas da mesma origem genética que o Moura”, comenta o especialista.

De olho nesse projeto, a rede Choripan, pioneira no sanduíche argentino que tem a linguiça como protagonista, inovou ao lançar um novo sabor do seu carro-chefe mais do que especial: o choripan de linguiça Porco Moura. Essa é a nona opção de linguiça do cardápio – todas com receitas exclusivas – e é produzida com a carne dessa raça de porco nativa do Sul do Brasil.

Com peso adulto de até 300 quilos, o Porco Moura é uma das maiores raças em tamanho no Brasil. Segundo João Scalzo, proprietário e chef criador do cardápio do Choripan, a ideia desta linguiça é de valorizar ainda mais a charcutaria Choripan, trazendo um produto de qualidade superior.

“Um ponto também bastante importante de ser destacado é que o Porco Moura quase foi extinto e este projeto resgata essa raça nativa e também o jeito antigo de criação de animais. São criados ao ar livre, com alimentação variada e não apenas com concentrados, sem pressa para o abate. Todo esse tratamento reflete muito no sabor da carne”, avalia Scalzo.

 

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